quarta-feira, 1 de julho de 2009

EU E A FELICIDADE
Nando Reis

E afinal ela quer me entregar, ou não quer?
Um beijo letal e some no espaço
E afinal de onde vem?
Será que tem mais também?
Não ouço sinal, ninguém nesse rádio
Ela entrou numa astronave
O seu sonrisal capsular
Circular sensual
De longe chegou, habitante de Marte
Depois de morder me deu um soco e assoprou
Depois de comer lavou suas mãos e enxugou
E eu não passo de um brinquedo... desmontável!
Mas no meu quintal desceu essa nave de Vênus
Vestida de noiva de véu e grinalda
E sem explicar eu olhei para baixo e vi no terreiro
Um trevo de cinco folhas que é muito mais raro
E eu entrei numa astronave
E sem avental, sem sapato ou gravata flutuei, levitei
Muito acima do asfalto eu e a felicidade
Que depois de me ver mostrou seu rosto e acenou
Depois disse adeus, beijou minha boca e abençoou
Ela não passa de um desejo... inflamável!
Natural é ter um trabalho, um salário, um emprego
Nome confiável, respeito na praça
Mas afinal o que é felicidade? É sossego?
Nesse mundo pequeno de tempo e espaço
Ela só vem dizer que quem nasceu já conquistou
O reino de Deus é um direito
Não é um milagre.



ele sempre canta no meu carro, sabe...
bem naqueles momentos "bléct" é ele que vem trazer meu sossego!

Um comentário:

GabrieL disse...

Ele é bão!